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Rua Direita

Rua Direita

07
Jun11

Sou óptimo para despedidas

João Maria Condeixa

Contrariamente à maioria das pessoas, eu sou muito bom na altura das despedidas. Muito bom, mesmo! Tenho sempre um "até logo" para deixar. Quero isto dizer que nunca me despedi de ninguém em definitivo. E com o Rua Direita vai-se passar o mesmo.

 

Gostei de andar por esta rua, de me cruzar diariamente com pessoas cuja cor dos olhos e o tom de pele nunca vi. Sei que vou ficar com a caixa de e-mail mais aliviada - sim, porque para quem não sabe, fica a saber: nós habitantes desta rua somos meninos para produzir cerca de 150 mails por dia, por vezes, 151, sem tocarmos no nome de José Sócrates e sem nos queixarmos muito disso - mas com isto não quero dizer que não venha a sentir falta das conversas que por aqui tivemos.

 

Foi um orgulho e acho, muito sinceramente, que atingimos parte do que nos propusemos. Pelo menos discutimos bastante e passámos um exemplo que os partidos também deveriam perfilhar: numa mesma casa podem conviver e discutir, sem carneirismos, opiniões várias, sem originar exclusões ou perda de identidade. Onde o poder não corrompeu, esse exercício salutar é possível. Felizmente, daquilo que conheço, o CDS é o partido que mais se aproxima desta utopia.

 

E agora se não se importam, vou voltar ao trabalho. Até logo!

06
Jun11

Esta rua acaba aqui...

Ana Rita Bessa

...mas pemitiu um grande passeio!

 

Quando me mudei para ela, quase por acaso, não conhecia ninguém.

Mas quem já cá tinha morado, tinha-me assegurado ser de boa gente. Gente que partilhava um visão do país, para além da "sua rua". Gente que sabia do que falava sem achar que sabia tudo, que se ouvia sem ter que concordar, que acrescentava sem ter que destruir e que sabia rir com a finura de um true british humor.

 

Confirmei integralmente!

 

Ontem, esta Rua que agora acaba, ficou maior do que si mesma. Se calhar é também por isso que faz sentido acabar. Porque os tempos serão outros e fazemos mais falta noutras ruas.

 

Como, ao longo destes dias,  fui "dando música" ao blog, parece-me justo terminar com esta, inteiramente dedicada aos meus vizinhos: you're the top!

 

06
Jun11

So long

José Meireles Graça

Acabou.


Dentro de uns dias a realidade começará a cair sobre nós. Não vai ser pêra doce: o que precisa ser feito contará com a oposição da rua, sob a égide do PCP e dos farrapos genuinamente revolucionários do BE, e talvez - essa a incógnita - de um PS estatista que é e travestido de partido revolucionário que às vezes lhe convém fingir ser.

Não sabemos - eu decerto não sei - como vai ser. Hoje por hoje tenho direito a um suspiro de alívio e esperança: Que Sócrates seja definitivamente o has-been da política da miragem, dos truques, do Estado metediço, controleiro, caloteiro e modernaço; que a imensa legião dos boys vá fazer pela vida, sem que nos lugares vagos apareçam sósias da nova maioria; que o Governo restaure um módico de sanidade, seriedade e probidade na gestão da coisa pública; que o Estado se reforme sob a senda da humildade e da contenção - que saia, numa palavra, das costas e do caminho de quem pode e sabe honestamente fazer alguma coisa por si, que é ainda a melhor maneira de fazer alguma coisa pelos outros.


Esteve boa a festa por aqui, pá. Conheci gente interessante e boa e com eles participei numa empresa comum a troco de nada senão, pela minha parte, do desejo de despertar algum meneio de cabeça concordante e, com sorte, algum sorriso de anuência.


Espero e desejo que nos caminhos da vida nos voltemos a encontrar. E agradeço à Filipa, ao Adolfo e ao Tomás terem-me permitido trazer para aqui uma incontinência verbal que só se tem passeado por cafés e rodas de amigos.

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