A insustentável leveza de não ser
Os artigos de Carlos Abreu Amorim lembram-me aquelas pessoas que, levando a vida toda uma existência modesta e despercebida, de um dia para o outro fazem fortuna e passam a aparecer com os dedos cheios de anéis.
O problema de Carlos Abreu Amorim é a ideia fantástica que tem de si próprio, coisa que não seria um problema de maior caso houvesse alguma coisa de fantástico no seu pensamento ou na sua personalidade. Mas não há, e prova disso mesmo é o seu artigo do DN que foi ligado a este blog.
Carlos Abreu Amorim, enquanto grande ideólogo que acredita ser e dever ser (vide a sua passagem efémera pelo CDS, nos anos de '96 a '98, e mais tarde no PND de Manuel Monteiro), podia usar a sua enorme capacidade de pensamento para afirmar um PSD, pelo qual agora alinha, e tentar com isso que o seu PSD ande menos desorientado.
Em vez disso regrediu uns anos até ao tempo da sua meninice e evocou o papão, i.e., uma inevitável coligação do CDS com o PS, para com isso tentar que os eleitores comam a sopa, perdão, votem no PSD.
Se Carlos Abreu Amorim ler o Rua Direita quero desde já sossegá-lo, o papão não existe.