Mais Newspeak
No DN, ao ponto fraco de Sócrates «Responsabilidade da deriva que tomou conta do País» contrapõe-se a ponto forte «Conhecimento dos dossiers». Isto é a forma politicamente correcta de dizer que o homem é activamente incompetente?
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No DN, ao ponto fraco de Sócrates «Responsabilidade da deriva que tomou conta do País» contrapõe-se a ponto forte «Conhecimento dos dossiers». Isto é a forma politicamente correcta de dizer que o homem é activamente incompetente?
No DN, ao ponto fraco de Sócrates «Falta de consistência entre o discurso e a prática» contrapõe-se o ponto forte de «Capacidade de comunicação». Isto é a nova forma politicamente correcta de dizer que o homem é um bom mentiroso?
Anunciam-se mais greves na CP, devido ao impasse entre o governo e os sindicatos, o que em nada ajuda a insustentável transportadora pública ou as alternativas de mobilidade dos portugueses.
Mais de uma década de socialismo deu nisto.
Sócrates voltou hoje a dizer que a dívida e a despesa pública aumentaram para pôr a economia a funcionar e para salvar o Estado social, em grande perigo por causa da crise internacional.
Mas ainda ninguém lhe perguntou, então, porque é que o PIB cresceu tão pouco, porque é que o desemprego nunca foi tão elevado e porque é que baixaram todas as prestações sociais.
Agora nas palavras de Paulo Portas...
Estou deveras curiosa com a tal da negociação forte e aguerrida e salvaguardando o interesse nacional (como se soubessem o que isso é) do governo PS com a troika. O PS ficou muito indisposto quando na AR a oposição lhe negou a possibilidade de aumentar a taxa máxima de IVA para 24% e avisou logo que a base de negociação para o empréstimo da UE e do FMI era o PEC4, que continha a subida da taxa máxima do IVA. Ora a taxa máxima do IVA, pelo acordo com a troika, não subiu, havendo apenas produtos das taxas mais baixas que passam para a taxa máxima, sendo esse acréscimo do IVA destinado a cobrir a perda de receitas com uma diminuição da TSU. Ao invés, a troika preferiu impôr reduções - quantificadas e calendarizadas - na despesa pública. O que me leva a questionar se a negociação do PS não terá sido algo do tipo 'Oh, por favooooor, não nos obriguem a cortar 515 milhões com as empresas públicas, é taaaaão mais fácil aumentar o IVA, vá lá, vá lá, deixem-nos aumentar o IVA'.
Claro que aumentar o IVA (que, é bom recordar, há dez anos era de 17% na taxa máxima) seria mortal para as PME e, em consequência, para a competitividade da economia. Mas como os senhores que nos desgovernam sempre viveram no universo público, ou nas grandes empresas ou na universidade e, quando muito, pagam ordenados com o seu dinheiro à empregada doméstica, não fazem ideia do que são os constrangimentos de tesouraria de uma PME - que teria de pagar um IVA superior nas suas compras de bens e serviços e poderia deduzir esse IVA apenas se e quando vendesse e, vendendo, teria com grande probabilidade de entregar ao Estado o IVA da venda antes de receber o respectivo pagamento - podem sempre aderir à teoria contabilística de que o IVA é suportado pelo consumidor final e este, tão perdulário como os seus governantes, não deixará de comprar devido a um aumentozito pequenino (de cada vez) no preço do bem, assegurando sempre receitas acrescidas com aumentos do IVA.
Mas este enlevo com os aumentos do IVA não é exclusivo do PS. O PSD, depois de votar uma resolução contra o PEC4, veio dizer dias depois que poderia aumentar a taxa máxima do IVA (depois, como é costume, desdisse-se) e Passos Coelho explicou mesmo que, a aumentar impostos, preferia aumentar os impostos sobre o consumo (lá está, o IVA) do que aumentar os impostos sobre o rendimento. Ora a troika conseguiu fazer precisamente o contrário do que propunha Passos Coelho: tendo de aumentar impostos, preferiu aumentar o IRS (com diminuição das deduções das famílias) e o IRC (via fim de isenções fiscais) do que aumentar a taxa máxima do IVA.
O que vos digo é o seguinte: perante a possibilidade de ou Sócrates ou Passos Coelho vir ser primeiro-ministro, devemos agradecer terem vindo uns senhores estrangeiros que percebem alguma coisa de crescimento económico redigirem-nos o programa do próximo governo.
A falta de respeito deste governo pelos portugueses e a sua arrogância está patente no facto de nenhum dos seus membros aparecerem pontualmente para as conferências de imprensa / comunicações ao país por eles convocadas.
Pode parecer um aspecto sem importância, mas que é sintomático, lá isso é.
O Socrates falou, disse o que não vai fazer e nada mais. Comunicação da descomunicação, conversa da treta, small talk.
No mundo real continuamos na mesma, sem saber exactamente onde é que a governação socialista nos meteu e qual o preço que vamos pagar para saír desta.
Não admira que afinal a necessidade ajuda externa seja superior face ao incialmente previsto!
Reparem em especial nos últimos 5 anos...
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