Quando leio na conclusão de uma análise equilibrada (e com a qual concordo) que o manifesto eleitoral do CDS é "um conjunto coerente e agradável de ideias para serem levadas para um governo de coligação. [...] Ideologicamente, é um programa conservador, com forte presença dos inevitáveis vestígios da democracia-cristã e laivos de algum liberalismo económico. Mas o resultado final é, apesar de tudo, positivo" só posso dizer que o CDS está a cumprir o seu papel.
Está a cumprir o seu papel ao conseguir dar voz de uma forma relativamente bem articulada a posições marcadas e muitas vezes divergentes. Está a cumprir o seu papel ao delinear um percurso no sentido certo. E está a cumprir o seu papel ao criar espaço para que muitas pessoas como eu, que muitas vezes estão em total desacordo com o discurso oficial do partido e que seriam incapazes de votar em partidos cujo posicionamento ideológico se resume a fazer o que for preciso para ganhar eleições, possam votar e militar no CDS sem terem de vender a alma.
Ou seja, está ao poucos a descer da estratosfera que referi no post anterior e a transformar-se num partido moderado de direita, não apenas num partido moderado.