Assalto às pinguinhas
No início deste post disse que hoje ia conferir. Fui - não sou do PS, cumpro.
Liguei para o posto local da GNR. Liguei, liguei e voltei a ligar - nada.
Saí do trabalho e fui ao posto. A simpática agente que estava à porta, inteirada das minhas dúvidas, não as soube esclarecer, mas prontificou-se a ir lá dentro informar-se, munida da minha carta de condução. Regressou com a informação de que a carta estava caducada (não obstante ter sido revalidada até 2016), que já a deveria ter renovado até 3 de Maio último, que estava sujeito a contra-ordenação se conduzisse, e que me deveria dirigir ao Instituto da Mobilidade Não Sei Quê ou a uma Loja do Cidadão.
Perguntei onde é que ficavam essas entidades, mas a moça ignorava. Pelo telefone, um burocrata amigo informou-me que do Instituto sabia nada mas havia uma Loja do Cidadão na cidade vizinha, a 18 km, embora a tal loja "não tivesse todas as valências".
Lá fui e, chegado ao destino, estacionei num parque pago - cá fora não havia lugar. A simpática funcionária que atendeu o "Sr. José" (os senhores não são tratados pelo nome de família e as senhoras não são Donas - modernices) confirmou o que a agente da GNR havia dito, esclarecendo que iria precisar, entre outras coisas, de um atestado médico, em impresso próprio (0,20€) a passar pelo médico de família ou particular.
Lá irei ao meu médico (a 60km) - enquanto eu puder, para o meu médico serei um amigo e cliente, não um contribuinte e cidadão. Depois, juntarei fotocópias ("frente e verso na mesma página") de três documentos, uma fotografia "de boa qualidade" e o impresso mod. 1 IMTT, "preenchido a caneta preta".
Estarei então, finalmente, em condições de pagar 30€. Estes 30€, multiplicados pelas centenas de milhares de cidadãos que estão ou virão a estar nesta situação, são a verdadeira razão destas chatices. No taxation without representation, disseram os Pais Fundadores dos E.U.A, ou lá quem foi. Não sabiam das coisas: O Governo PS passa bem sem isso - basta fingir que os impostos são taxas.