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Rua Direita

Rua Direita

04
Jun11

A patranha do voto útil (à atenção do PSD/Porto)

Filipa Correia Pinto

Por aqui no Rua Direita, já nos cansámos de mostrar o absurdo de o PSD ter passado boa parte da campanha a, cumprindo a sua carga genética, tentar reduzir a pó o CDS. A coisa é especialmente disparatada se tivermos em conta como foram os ultimos anos de oposição ao Governo Sócrates: enquanto o PSD se entreteve a torrar líderes, o CDS fez o seu caminho com competência, clarividência e intransigência.

 

E a coisa chega mesmo ao rídiculo, quando se compara o grau de rejeição popular deste Governo com a vitória tímida que o PSD vai obter, limitando-se a conseguir ganhar as eleições. Talvez no PSD seja mais fácil acreditar que a culpa é do CDS, mas bem sabemos todos que não é assim. O CDS chega como chega a estas eleições com todo o mérito e o PSD só não chega melhor porque...não foi capaz.

 

Também já de nada adianta salientar a enormidade do disparate de o PSD, especialmente tendo em conta as suas fragilidades, ter recusado a coligação que o CDS lhe ofereceu. está mais do que demonstrado que uma aliança pré eleitoral só prejudicaria o PS e teria um efeito significativo na distribuição dos mandatos.

 

Que o PSD se amofinhe com o crescimento do CDS e se sinta ferido no seu orgulho, nem é o mais grave - como digo, está-lhes no ADN, aliás mais do que qualquer outra marca. O que espanta é a má-fé com que miseravelmente o PSD tem tentado manipular o eleitorado, convencedo-o de que votar CDS é prejudicar a derrota do PS.

 

Às almas iluminadas que inventaram esta patranha, em espcial às que votam no Porto, que é o meu distrito, deixo um exercício breve, que qualquer aluno de 9º ano de matématica podia ter feito.  

 

O exercício pressupõe que o PSD ganha as eleições e que o CDS sobe ligeiramente o seu resultado face ao de 2009, e fora isto, explica-se a ele mesmo: uma pequena transferência de votos do CDS para o PSD impede a eleição do nosso 5º deputado e entrega-o de bandeja ao PS, sem que o PS precise de mais um voto sequer. Em nenhum cenários,  se alteram os mandatos do PSD. 

 

Veja por si. E decida por si. Este é o momento! 

03
Jun11

Voto Verdadeiro... por todos, por Portugal!

Filipe Diaz

Domingo chega o momento em que avaliaremos a verdade dos últimos anos de governação, o momento em que decidiremos a verdade dos próximos anos, o momento em que votaremos para traçar a verdade do rumo do nosso país.

 

E nesse momento de verdades, as discussões a que assistimos nas últimas semanas sobre a utilidade do nosso voto são inúteis, pois o voto que deixarmos nas urnas só será útil se for...

 

... reflectido, por ter em conta o passado e as propostas apresentadas por cada um dos partidos!

 

... ponderado, por atender ao trabalho dos seus líderes e dirigentes e à coerência das suas posições!

 

... altruísta, por corresponder à opção que cremos ser melhor todos! 

 

... verdadeiro, por traduzir uma oportunidade única em que, em consciência, olhando aos nossos valores, princípios e convicções, podemos, cada um de nós, com sinceridade, fazer ouvir a nossa voz e fazer a diferença no nosso destino comum! 

 

Este é momento, por todos, por Portugal!

03
Jun11

Capturados

Diogo Duarte Campos

No direito público da economia, sobretudo na regulação pública, utiliza-se muitas vezes o termo “capturado” com um sentido técnico muito preciso. Tem-se em vista demonstrar situações objectivas de captura (ou susceptibilidade de captura) do poder político (ou dos reguladores) sobre os regulados e não propriamente fazer juízos de valor (necessariamente subjectivos) sobre os titulares dos respectivos órgãos.

 

É com este sentido preciso que considero que quer PS quer PSD são partidos capturados. É precisamente com este sentido que diria que Fernando Ruas não poderá liderar a reforma do sistema autárquico e Bettecourt Picanço não poderá liderar a reforma da função pública. É a multiplicidade de exemplos destes que torna o PSD em si mesmo um partido capturado. Tem isto qualquer crítica pessoal àquelas duas pessoas (que, aliás, não conheço)? Claro que não. Podem ser pessoas seríssimas - não é isso que está em causa -, mas estão objectivamente capturadas pelos interesses que defendem ou defenderam (legitimamente, note-se).

 

Ora, para executar o programa acordado com o Triunvirato e que nos poderá tirar desta posição vexatória de autêntico protectorado económico, exige-se que a presença forte do CDS no Governo. Com toda a certeza pelo seu mérito intrínseco, pela melhor equipa que apresenta, mas também – porventura sobretudo -, por ser o único partido do arco da governação que não se encontra capturado, donde, substancialmente mais livre do que os demais.

 

Alguém terá alguma dúvida que será mais fácil ao CDS (do que ao PS e/ou ao PSD), porque não capturado, proceder à reorganização do Estado (fundindo, por exemplo, institutos públicos ou extinguindo Governos Civis), ou à reforma autárquica, à reforma das leis laborais ou à reforma da função pública?

 

É também por isso que o tamanho conta. Quem aprecia o que o CDS propõe, a sua equipa, a sua liberdade tem mesmo que votar CDS.

 

Como parece evidente, não é indiferente ter 10% ou 15% dos votos. Com 10%, o CDS poderá, ele próprio, ficar capturado pelo PSD, porque muito mais forte. Um CDS com 15% tem força popular para se impor e impor as reformas que o País necessita.

 

Quem quiser reformas a sério não pode apenas deixar de votar no PS; não pode apenas pensar que basta trocar Sócrates por Passos Coelho (objectivo, aliás, já conseguido), terá também que votar CDS, sob pena de tudo ficar na mesma.

03
Jun11

Voto útil!? Depois não se queixem...

Francisco Meireles

Andam por aí umas pessoas, com um ar muito sério de quem pondera razoavelmente os problemas, a afirmar que vai votar PSD, apesar de achar que o CDS merece, com o argumento de que é importante que o PSD ganhe claramente as eleições. Para essas pessoas, não o escondem, o mais importante é garantir que Portugal MUDA.

 

Vinha apenas lembrar a essas pessoas que se insistirem em fazer essa escolha, depois não tem o direito de se queixar.

 

O PSD há muito que não consegue esquecer o que é: uma máquina de ocupação do sistema e de distribuição de cargos. A forma do PSD fazer política é "mais do mesmo", porventura norteado por outros amigos e outros interesses.

 

A essas pessoas queria apenas lembrar que, daqui a 2 ou 3 ou 4 anos, não terão o direito de se mostrar desiludidas com Passos Coelho. Ele já demonstrou do que (não) é capaz, com este PSD. Não haverá surpresas, para essas pessoas, nem para este PSD.

 

Mas há alternativa. Mesmo para essas pessoas. É apenas votar em quem sabem que merece, em quem reconhecem consistência, coerência e competência. Não é preciso inventar. Basta MUDAR, para Portugal começar a MUDAR.

 

Este é o momento. Portugal merece uma oportunidade!!!

02
Jun11

Empate técnico ou desculpas?

José Maria Montenegro

É intrigante o espartilho do voto útil. A liberdade de votar, de escolher, de premiar o partido com que nos identificamos mais em cada momento cede perante a mais leve ameaça de empate técnico.

 

Todos temos amigos ou conhecidos que nos confessam a sua preferência pelo CDS mas que votarão PSD porque querem que o PS não seja o partido mais votado. Se não fosse isso, votariam no CDS, dizem-nos.

 

Mas será mesmo assim?

 

Começo a achar que há nesta resistência ao voto no CDS uma certa clubite envergonhada que, à falta de melhor argumento, se socorre dessa absoluta necessidade de derrotar o PS que já ninguém contesta. É que mesmo perante a demonstração de que o empate técnico sempre foi um falso empate técnico – bastava analisar os indecisos e a sua rejeição ao PS e a Sócrates como, aliás, as sondagens mais recentes bem revelam – insistiam na ideia de que era mesmo indispensável «só» votar no PSD. Alguns até nos apontavam o dedo insinuando: tu preferes o Sócrates!

 

A estes votantes úteis, crentes fiéis das sondagens, podem agora, em coerência, dar livremente outra utilidade ao seu voto. Pois se as «mesmas» sondagens já não dão empate técnico nenhum hão-de reconhecer, em coerência, que está ultrapassado o obstáculo.

01
Jun11

Uma campanha que o PSD não fez

António Folhadela Moreira

O Duarte Lino, do Cachimbo de Magritte, resolveu dedicar umas linhas menos simpáticas ao CDS, ao mesmo tempo que semi-endeusava Passos Coelho, terminando um post, modestamente intitulado Diagnóstico Científico, com uma coisa parecida com uma ameaça velada precedida da conclusão que o CDS em campanha não quis ser aliado do seu aliado natural no governo - leia-se, o PSD.

 

A avaliar pela falta de sentido de realidade que o seu texto exprime poder-se-ia pensar que Duarte Lino tem estado a acompanhar outra campanha que não a destas eleições. Mas como é desta campanha que Duarte Lino fala vamos, antes de mais, ao óbvio. Quem quis que os dois partidos fossem a votos em separado foi o PSD e não o CDS e isto só por si serviria para demonstrar que quem não quis ser aliado do seu aliado natural no governo foi o PSD e não o CDS.

 

Mas é claro que poder-se-ia dizer que apesar de cada partido ir a votos em listas próprias nada impediria uma espécie de campanha de não agressão e se era nisto que Duarte Lino pensava ao fazer o seu Diagnóstico Científico estou tentado a dar-lhe razão.

 

Realmente, teria sido animador não ver o PSD fazer uma campanha tão centrada no apelo ao voto útil à direita como a que está a fazer, teria sido inspirador ver o PSD defender ideias nesta campanha que tivesse defendido antes, assim como teria sido encorajador não ver tantas vezes na campanha do PSD ataques, até pessoais, a dirigentes do CDS (em particular a Paulo Portas). Em suma, teria sido muito bom ver o PSD fazer a campanha que Duarte Lino diz que fez. Mas que por acaso não fez.

 

É claro que Duarte Lino não se referia a estes momentos da campanha pois é-lhe mais fácil culpar (mesmo que injustamente) o CDS de ignorar que "o país faliu porque era inevitável falir com o actual modelo", sendo que o actual modelo é concerteza o dos Orçamentos de Estado e dos 3 PECs que o PSD aprovou com o PS... enfim, pecadilhos do passado que o PSD está desejavelmente determinado em não repetir.

 

O problema de Duarte Lino não é a campanha do CDS, é antes o resultado que antevê que o CDS vai ter. Aparentemente Duarte Lino está naquela franja do PSD que gosta de um CDS a dizer o que tem que ser dito e a ter 5% de votos nas urnas. E no fim até ficaria bem ao CDS pedir, de chapéu na mão, ao PSD que o levasse consigo para o Governo.

 

Mas nestas eleições, que vão ser ganhas pelo PSD (e isto significa a caducidade da estratégia de apelo ao voto útil à direita), é o CDS que vai ganhar com votos o seu lugar no Governo, o CDS não formará governo com o PSD por favor deste. E no governo que sair destas eleições não é igual um CDS com 5% de votos ou com 15% de votos dos portugueses. Para mal dos pecados de quem no PSD pensa como Duarte Lino o CDS está mais próximo dos 15% do que dos 5%. Mas para esses, paciência, é o país que sai a ganhar.

 

Por último, quanto ao semi-endeusamento que Duarte Lino faz de Passos Coelho, não comento. É certamente uma questão de fé e quanto a isso não faço diagnósticos científicos.

30
Mai11

Os indecisos e a Teoria do Mal Menor

Miguel Sanches

Tanto PS como PSD entram nesta ultima semana de campanha em busca do voto dos indecisos. Em comum têm a Teoria do Mal menor.

 

Para PS esta teoria consiste em criar nos ditos eleitores a ilusão de que o País aguentava-se bem de PEC em PEC, nao fosse o PSD estar cheio de sede para chegar ao pote e insta ao medo de que, caso este lá chegue, irá acabar com tudo e privatizar o resto.

Para o PSD, o País já bateu no fundo e o que importa é correr com Sócrates. Para estes a teoria recupera o bom estilo tiririca, pior do que está não fica!

 

Perante isto, meus amigos, o eleitor indeciso encontra no CDS um oásis de responsabilidade, coerência e pragmatismo capaz de reforçar uma solida maioria verdadeiramente de direita recuperando também a Doutrina Social da Igreja presente na matriz do CDS, coisa que apenas agora alguns arautos descobriram.

29
Mai11

Eleições excepcionais; Voto excepcional.

Diogo Duarte Campos

O meu voto (caso isso interesse a alguém).

Por Pedro Rolo Duarte.

 

Sempre defendi que aos jornalistas não deve estar vedado, antes deve ser incentivado, o direito de tornar publico o seu sentido de voto. Enquanto colunista de jornal nos últimos trinta anos (enfim, agora menos, mas mais blogger...), divulguei sempre o meu voto, por entender que na transparência da nossa conduta radica a credibilidade profissional que possamos ter. Votar é uma escolha, não é um acto de militância – ou seja, não impede, pelo contrário até estimula, a independência e a análise imparcial.

 

Assim, quem me leu e lê sabe que votei quase sempre no Partido Socialista. Nunca, por causa disso, fui beneficiado – pelo contrário, por coincidência ou não, os melhores momentos da minha vida profissional ocorreram em momentos de governação à direita – O Independente, a K, a Visão... -, e do mesmo modo nunca me senti discriminado. Quem me conhece e quem comigo já trabalhou sabe que distingo as coisas e sou rigoroso nessas matérias.

 

Faltam poucos dias para as eleições e decidi que, uma vez mais, deveria manifestar publicamente o meu voto. Explicando previamente que, no essencial, não mudei. Continuo a considerar-me de esquerda democrática, ou moderada, ou liberal, como lhe queiram chamar. Acredito num estado laico, pouco interventivo, mas dinâmico e assertivo no essencial que deve ser de direito comum: educação, saúde, justiça, segurança social.

 

Defendo um Serviço Publico de Rádio e Televisão, mas não concordo com a subsidiação cultural obrigatória. Defendo o Serviço Nacional de Saúde, mas não me custa aceitar que as taxas moderadoras possam valer 100 euros para quem ganha mais de 3000 euros mensais – se isso significar zero euros para quem ganha o ordenado mínimo nacional. Gostava que os políticos tivessem vencimentos mais generosos – mas também queria vê-los efectivamente julgados quando gerissem mal os dinheiros públicos, e aprovaria uma lei que os obrigasse a uma travessia no deserto depois de um desaire efectivo e provado. Defendo uma reforma na justiça que a torne efectivamente para todos – ou seja, mais rápida, eficaz e preventiva. Defendo a educação universal e gratuita, mas não aceito o facilitismo que conduz ignorantes às Faculdades. Concordo com o subsídio de desemprego e o rendimento de inserção – mas gostava que ambos se aplicassem com rigor, valorizando o trabalho sem que a casta educacional ou social garantisse a recusa do trabalho ou a perpetuação da negligência. Num momento critico como o actual, não posso achar razoável que haja lojas ou oficinas ou fábricas sem empregados enquanto pessoas formadas se dão ao luxo de recusar empregos porque estão abaixo das suas qualificações académicas...

 

Foram só alguns exemplos, para explicar que nada disso está em causa no Governo que aí vem – e que basicamente vai cumprir um programa previamente definido pelo FMI e seus pares. Não há o risco nem de ruptura nem de inovação. O meu voto, por isso, é de exclusão, ainda que seja convicto.

 

Jamais voltarei a votar no PS enquanto José Sócrates for seu líder. O actual primeiro-ministro, em quem confiei no passado, constituiu a maior desilusão política dos meus 30 anos de direito de voto. Não apenas secou à sua volta todo um Partido como conduziu Portugal ao beco em que se encontra. Foi provinciano na forma como se exibiu publica e profissionalmente, faltou à verdade vezes sem conta, nunca teve a humildade de reconhecer um erro, enganou os portugueses nas expectativas que criou, nos diagnósticos que inventou, nas soluções que improvisou - e adiou ou omitiu sempre a verdade em nome de uma doentia dependência do poder. No que respeita à comunicação social, não me lembro de Governos tão obcecados, vingativos e ameaçadores como os dois últimos.

 

Estive convictamente convencido de que votaria no PSD até perceber que o cabeça-de-lista por Lisboa seria (o oportunista politico já profissional) Fernando Nobre, e depois de assistir, estupefacto, ao caos, à desorganização, e à falta de autoridade e preparação que Passos Coelho parece fazer questão de demonstrar a todo o momento – dando razão a um blog onde li que os portugueses todos os dias queriam votar mais no PSD, mas o PSD encarregava-se de todos os dias lhes dizer para não votarem. Não poderia votar na CDU ou no Bloco, porque estas duas forças recusaram dialogar com a troika, o que naturalmente as afasta de qualquer solução governativa.

 

Na coerência dos argumentos, na firmeza da atitude, na liderança em Lisboa de uma mulher de quem gosto e em quem confio, só me resta um partido: o CDS. Não é a minha família politica nem a minha escolha natural (e até cultural...). Mas é o meu voto sincero no partido que, acredito, vai fazer com que o PSD se equilibre e o PS se reestruture.

 

Nunca pensei, numas legislativas, votar tão à direita de mim próprio – mas também nunca pensei que o PS descesse tão abaixo dele próprio. Espero reencontrar-me à esquerda no futuro.

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