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Rua Direita

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31
Mai11

RE: O cantinho do telespectador (parte 1)

Adolfo Mesquita Nunes

O RAF insiste -- e faz bem, porque é eleitor do PSD -- em destacar a infeliz frase de Paulo Portas na qual este se diz sentir mais à esquerda do que o PSD em questões sociais. Infeliz, já o disse, porque me parece que Paulo Portas labora no preconceito dos eleitores, em vez de o desmistificar. Ou seja, em vez de demonstrar que a direita tem uma legitimidade social própria, prefere, talvez por ser mais fácil e as eleições estarem perto demais, trabalhar no preconceito geral de que é a esquerda a campeã da coisa.

 

Infelizmente, esta é uma estratégia comum. Pedro Passos Coelho, por exemplo, pelo meio de tiradas contra o RSI (quem diria?..), afirma que só o PSD pode defender o Estado Social. Se bem percebo Pedro Passos Coelho, a ver pelo entusiasmo do RAF no seu liberalismo, o PSD pretende mudar o modelo de Estado Social que temos. Mas em vez de demonstrar que o modelo de Estado Social tem de ser alterado, transformando-o numa outra coisa, Passos Coelho prefere, talvez por ser mais fácil e as eleições estarem perto demais, trabalhar no preconceito geral de que o Estado Social é o modelo último e perfeito, que apenas carece de uns acertos aqui e ali.

 

Quanto a qual dos partidos melhor pode acolher uma aproximação ao liberalismo, cá estaremos para ver o que nos trazem os próximos quatro anos, sendo certo que qualquer um dos partidos oferece motivos de sobra para afastar liberais. No entanto, os últimos anos não abonam a favor da tese do RAF de que os liberais se devem sentir melhor no PSD (basta dar uma vista de olhos ao poder exercido pelo PSD na Madeira e nas suas Autarquias para perceber que o liberalismo nem sempre abunda; e não esquecer que o voto no PSD em 2009 serviu para viabilizar 2 Orçamentos de Estado fantasiosos, para dar luz verde a 3 PEC desastrosos, para permitir a manutenção do Código Contributivo, para impedir a revisão do regime dos gestores públicos, para inviabilizar a suspensão das grandes obras públicas e de novas PPP etc... e tal). 

27
Mai11

Da (in)utilidade do voto

Adolfo Mesquita Nunes

O Carlos Botelho acha que, à direita, quem não votar PSD estará a votar em Sócrates nas próximas eleições. Não é um argumento novo. Em 2009 também ouvimos coisa semelhante. Houve quem tivesse aderido ao argumento e houve quem não tivesse aderido.

 

Os que aderiram ao argumento viram o seu voto servir para viabilizar 2 Orçamentos de Estado fantasiosos, para dar luz verde a 3 PEC desastrosos, para permitir a manutenção do Código Contributivo, para impedir a revisão do regime dos gestores públicos, para inviabilizar a suspensão das grandes obras públicas e de novas PPP e para chumbar a DCI, entre muitos outros exemplos de concubinato social democrata com o governo socialista. Os que não aderiram ao argumento e confiaram no CDS viram o seu voto servir para a melhor oposição ao socialismo que, com a ajudinha do PSD, nos arruinou.

 

É nestas coisas, penso eu de quê, que se vê a utilidade do voto.

 

 

 

20
Mai11

E agora?

Adolfo Mesquita Nunes

Francisco Louçã, que acha que sabe tudo, acha indigna a proposta do CDS de pagar parte do RSI em espécie, como por exemplo, em vales para pagar despesas de saúde, alimentação e habitação. A União das Misericórdias, que conhece o fenómeno da pobreza e da exclusão social, acha que a proposta faz todo o sentido.  

19
Mai11

Monopólios de esquerda

Adolfo Mesquita Nunes

O RAF pergunta-nos n'O Insurgente o que é que temos a dizer da afirmação de Paulo Portas segundo a qual o CDS está à esquerda do PSD em questões sociais. Penso que responderei por todos se disser que Paulo Portas escolheu uma má frase para dizer uma verdade insofismável: que a esquerda não tem o monopólio das questões sociais, nomeadamente daquelas que se destinam a garantir uma rede de segurança para os que mais precisam.

 

E não me importo de repetir, que aqui pelo Rua Direita não temos problemas em criticar o que nos parece menos bom: a frase escolhida pelo Presidente do CDS foi má. Mas antes uma má frase a revelar uma boa política do que más políticas escondidas atrás de boas frases.

 

Mas já agora, quanto a dúvidas existenciais sobre ser de esquerda ou de direita, parece-me que o PSD tem muito mais a explicar do que o CDS.

16
Mai11

A ver se nos entendemos (2)

Adolfo Mesquita Nunes

Ninguém aqui contesta que o PSD, ou os seus dirigentes, ataque o CDS, procurando demonstrar por que razão o PSD, e não o CDS,  merece o voto do eleitorado. Mas já não nos peçam para não considerar, sei lá?, revelador, que os ataques do PSD se centrem em aritméticas de duvidosa utilidade ao invés de se centrarem na oposição exercida pelo CDS ou nas ideias que este vem defendendo desde que abandonou o governo na sequência da derrota de 2005.  

16
Mai11

A ver se nos entendemos

Adolfo Mesquita Nunes

Ninguém aqui contesta o direito de Fernando Nogueira dizer o que lhe apetece sobre Paulo Portas ou sobre o CDS. Mas já não nos peçam para não considerar, sei lá?, revelador, que Fernando Nogueira tenha decidido interromper 15 anos de silêncio para atacar o CDS ao invés de ter optado por criticar o PS, José Sócrates ou o estado a que os socialistas, com a mão do PSD, deixaram chegar o país. 

11
Mai11

Quem diz é quem é

Adolfo Mesquita Nunes
Na campanha eleitoral de 2009 o PSD também ensaiou a tese de que o CDS era o parceiro natural de coligacão de José Sócrates. Para construir essa tese recorreu à alegada falta de resposta de Paulo Portas à pergunta: "aceita coligar-se com José Sócrates?".
 
Como então aqui dissemos no Rua Direita, Paulo Portas respondeu então muito claramente a essa pergunta quando identificou José Sócrates como a causa dos principais problemas do país. E se bem o disse, melhor o fez: mesmo tendo possibilidade de o fazer, o CDS não só não se coligou com o PS como, ao contrário do PSD, procurou impedir, através de orçamentos e pecs, que o PS agravasse ainda mais a crise por que Portugal atravessava. Afinal de contas, como diz o ditado, quem tanto alertou para a aliança com os socialistas foi quem acabou por fazê-la, de forma até sistemática.
 

Chegados a 2011 a história repete-se, mesmo depois de Paulo Portas já ter referido, de forma bastante clara, que não deixa o dinheiro da ajuda externa nas mãos de José Sócrates. Mas desta vez há uma diferença: o CDS tem a seu favor dois anos de oposicão produtiva, já o PSD, o PSD de Passos, tem a seu favor dois anos de concubinato com os socialistas.  

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