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Rua Direita

Rua Direita

01
Jun11

"A mentira do empate técnico" - José Ribeiro e Castro

Rui Castro

Hoje, no ionline, obrigatório ler este artigo de opinião de José Ribeiro e Castro, cabeça de lista do CDS pelo Porto:

 

"(...) CDS e PSD sobem ambos e são os prováveis vencedores de 5 de Junho. Com sondagens que dão a PSD e CDS somas entre 47,1% e 51,7% com uma média de 48,5%, está aí a nova maioria. É para ela que importa mobilizar ainda mais, seja no CDS, seja no PSD, consoante a livre preferência de cada um.

Não custa entender que Sócrates esconda esta verdade indesmentível - o derrotado lutador tarda a entregar os pontos. Mas que os oradores PSD embarquem na mesma onda é algo de que o sentido útil me escapa. A obsessão das elites PSD com o crescimento do CDS - que, confirmam as sondagens, não afecta o PSD e dá mais força à nova maioria - sugerem sectarismo, cegueira e falta de sentido patriótico confrangedores. A somar ao erro crasso de não ter feito a AD pré-eleitoral, a deriva de PSD-falantes contra o CDS em vez de sobre a esquerda e contra Sócrates cria perturbação no eleitorado, obscurece os sinais de mudança que as sondagens gritam e fragiliza a força da alternativa. (...)"

17
Mai11

Pequena história reveladora do nada

Rui Castro

A Isabel Moreira gosta de contar histórias - ou episódios, como ela lhes chama -, das quais retira, com alguma frequência, generalizações.

 

Desta feita, a candidata do PS por Lisboa estabelece as diferenças entre o BE e o PS em função de um episódio ocorrido consigo na feira do livro. 

 

Crítico que sou das propostas e da forma de fazer política do BE e do PS, confesso que não conheço suficientemente o carácter e a forma de estar na política da generalidade das pessoas que neles militam. Mas já que a Isabel Moreira é tão lesta nas generalizações, gostava de lhe contar uma história que se passou comigo.

 

Estávamos em finais de 1993, se não me engano com Manuel Monteiro como presidente do CDS, quando ocorreram eleições autárquicas. Eu estava na então JP e, logo após conhecermos os resultados (cerca de 8%, penso), decidimos ir festejar para a Avenida da Liberdade (íamos em 3 ou 4 carros). O PS tinha ganho as eleições, o que, como imaginam, levou a festejos socialistas entre o Marquês e o Largo do Rato. Cedo percebemos que os militantes do CDS não eram bem-vindos e, antes que tivéssemos conseguido inverter a marcha, fomos rodeados e agredidos por alguns militantes socialistas, digamos que com menor espírito democrático.

 

Aqui chegados, Isabel, eu podia afirmar que este episódio, verídico, marca ainda hoje a diferença entre o CDS e o PS. Tenho para mim, no entanto, que seria de uma enorme desonestidade intelectual. Como a Isabel bem sabe, uma andorinha não faz a Primavera.

 

A minha sugestão é que, ao invés de generalizações bacocas, a Isabel se preocupe mais em tentar explicar, a quem a pode eleger, a bondade das propostas do Partido que aceitou representar. Eu sei que, dado o passado recente, a tarefa não se revela fácil, mas pode ao menos tentar.

16
Mai11

Espectáculo deplorável

Rui Castro

No passado fim-de-semana, Sócrates acusou a oposição de nada ter feito pelo país nos últimos 6 anos e, em concreto, o PSD de estar a dar um espectáculo deplorável.

 

Não me detenho sobre a forma desastrosa como o PSD tem vindo a gerir a pré-campanha, mas não consigo deixar de comentar a pesporrência do ainda primeiro-ministro, o tal que nos últimos 6 anos – 4 deles em maioria absoluta – teve os destinos do país nas mãos.

 

O que se lhe exigia, ao invés de tentar incendiar a campanha com a arrogância que lhe é conhecida, era uma explicação, ainda que breve, do que correu mal.

 

José Sócrates, no entanto, com o desassombro que alguns lhe apontam, optou pela fuga para a frente, ignorando responsabilidades que são só suas e erros clamorosos que não são de mais ninguém.

 

A estratégia, pela amostra, passa por ignorar o que de mal foi feito, pretendendo estafar o eleitorado com a ideia de que não existe alternativa.

 

Esta ideia, para além de falsa, omite o óbvio: o principal responsável pelo estado a que o país chegou é José Sócrates, que chefiou o governo de Portugal nos últimos 6 anos.

 

Perante isto, podíamos adoptar a táctica do primeiro-ministro, descendo ao nível em que ele pretende colocar o debate, respondendo-lhe que pior não fica.

 

A alternativa é recordar os indicadores do país que tínhamos em 2005, data em que Sócrates tomou as rédeas do poder, e mostrar os números mais recentes, os do nosso descontentamento.

 

(i) A dívida pública, ascendeu em 2010 a quase 93% do PIB (era de 63% em 2005), a pior dos últimos 160 anos. Estima-se que, em 2011, suba para os 100%;

 

(ii) O desemprego atingiu, em 2010, cerca de 11% da população activa, a taxa mais elevada dos últimos 90 anos, o que equivale dizer que no final do ano passado havia mais de 600.000 desempregados, 300.000 dos quais sem emprego há mais de 12 meses. Em 2005, eram 7%, o que significa que, com Sócrates, mais 200.000 ficaram desempregadas… longe, muito longe mesmo, dos 150.000 empregos que ele prometera;

 

(iii) A taxa de poupança atingiu, em 2010, 8,2% do PIB, a pior taxa dos últimos 50 anos. Em 2005, ascendia a 13,3%;

 

(iv) A despesa pública total atingiu, em 2010, 50,2% do PIB. Em 2005, era de 45,8%;

 

(v) O défice público, em 2010, chegou aos 8,6% do PIB. Em 2005, era de 5,9%;

 

(vi) A taxa normal de IVA é de 23%. Em 2005 era de 19%;

 

(vii) Em 2010, Portugal ocupava a 46.ª posição no Índice Global de Competitividade. Em 2003, ocupávamos a 25.ª posição;

 

(viii) Portugal é dos países, na Europa, com uma das ratio mais elevadas de advogados e juízes por número de habitantes e no qual custo per capita com a justiça é mais elevado. Isso não nos impede de ter uma das justiças mais lentas e um elevado número de pendências.

 

Podia continuar com o rol imenso da nossa desgraça, mas os números que acima referi – retirados da Pordata, INE e outras publicações oficiais – são suficientes para retirar 2 conclusões inequívocas:

 

1. Portugal está hoje, em termos absolutos, bastante pior do que em 2005;

 

2. Portugal está, também em termos relativos, pior do que em 2005.

 

Perante isto, não consigo entender como é o primeiro-ministro do meu país, num estado de bancarrota eminente e em face do já anunciado cenário de recessão económica, se atreve a dizer “eu tenho orgulho naquilo que fizemos por este país” e “pergunto-me como foi possível fazerem isto ao país?

 

Ao contrário do que pretende fazer crer Sócrates, o espectáculo deplorável que imputa à oposição, é da sua exclusiva e inteira responsabilidade.

 

No dia 5 de Junho, os Portugueses têm a oportunidade para lhe mostrar isso mesmo.

 

As alternativas são várias, mas estou em crer que a verdadeira alternativa, susceptível de dar novo rumo ao país, se chama CDS. É nisso que acredito e é por isso que aqui estou.

11
Mai11

Chato como a potassa

Rui Castro

O maradona insiste. O Diogo e o Lourenço já disseram o que valia a pena dizer sobre o assunto.

 

Apesar de considerar que a história da manipulação surge como uma tentativa de minimizar os danos resultantes do facto de Sócrates não ter ganho o debate com o Portas, estranho, ainda assim, que o maradona ignore a manipulação, essa sim grosseira, do primeiro-ministro quando este, ainda antes da exibição do gráfico, se reporta ao período 2007/2010 (omitindo os 2 primeiros anos do seu mandato), o que permitiu apresentar subidas muito elevadas em países como o Rein Unido e a Irlanda.

 

Vê lá tu, maradona, que Portas até podia ter levado um gráfico que identificasse o único país do mundo que se prevê ter uma recessão em 2012 - Portugal - ou que identificasse Portugal, há menos de 1 mês, como o terceiro país do mundo em maior risco de bancarrota

 

Optou por exibir um gráfico, no qual identificou e referiu expressamente os nomes de todos os países retratados, realçando a incompetência de um primeiro-ministro, que se encontrava diante dele, a tentar branquear a sua responsabilidade por nos encontrarmos hoje num dos maiores buracos da nossa História recente.

 

Prefiro, por isso, centrar-me no que verdadeiramente importa nas eleições do próximo dia 5 de Junho: penalizar com o meu voto o primeiro-ministro que mais mal fez ao país.

10
Mai11

O pai é que sabe

Rui Castro

Maradona, o quadro que o Paulo Portas exibiu tem tanto de manipulação como aquele que referes.

 

Aliás, se te deres ao trabalho de o voltar a ver podes constatar que há vários países com crescimento inferior ao de Portugal que também não foram incluídos no quadro do CDS, por exemplo Bulgária, Estónia, Eslováquia ou mesmos os números referentes à média europeia.

 

Podes também constatar que à nossa direita, ou seja com crescimento da dívida superior à de Portugal tens 4 países, 2 que já tiveram que recorrer à ajuda externa (Grécia e Irlanda) e outros 2 que não pertencem sequer ao euro (Letónia e Reino Unido).

 

Se te deres ao trabalho, podes ainda confirmar aqui que, em 2010, da zona Euro, só a Grécia e a Irlanda tiveram défices em percentagem de dívida pública superiores a Portugal (Espanha teve mais 0,1%).

 

Finalmente, se tiveres interesse nisso, podes voltar a ver o debate, nomeadamente a parte em que Sócrates e Portas discutiram o assunto, de forma a determinar quem é que manipulou o quê: ao minuto 6:13, Sócrates acusa Portas de demagogia, afirmando que o aumento da dívida em Portugal não tinha sido diferente do ocorrido noutros países e que a mesma resultava da crise internacional, reportando-se ao período 2007/2010 (Portas referia-se à evolução no período 2005/2010), não concretizando sequer se estava a falar de aumento bruto da dívida, aumento em percentagem do PIB ou outro qualquer (já fui à procura e não encontro a fonte dos números apresentados por José Sócrates).

 

Na resposta, minuto 8:55, Portas exibiu o tal quadro, referindo expressamente os países que tinham tido uma variação inferior a Portugal.

 

Concluindo, maradona, não acredites em tudo o que te dizem. 

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