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Rua Direita

Rua Direita

17
Mai11

Tiros ao lado

Tiago Loureiro

o campeonato do segundo lugar, por Rui A., no Blasfémias:

 

«O PSD faz pessimamente em centrar os seus ataques de final de campanha no CDS e em Paulo Portas (na verdade, mais em Portas do que no CDS, o que revela sintomas de uma traumatologia cavaquista de que Passos Coelho não tinha de ser portador). Se é verdade que, como lembra Passos, Portas não tem, pelo menos por enquanto, condições para poder vir a ser primeiro-ministro, também o seu PSD não tem qualquer hipótese de ir para o governo sem o CDS. Para além do mais, ao fazer de Paulo Portas o «inimigo principal», o PSD revela medo e fraqueza, e dá espaço ao Partido Socialista para conquistar o centro, o que lhe poderá ser fatal. E, em vez de demonstrar vocação para a vitória, faz lembrar o Benfica do meio do campeonato a lutar com o Sporting de Braga e o SCP pelo segundo lugar.»

12
Mai11

Perguntar não ofende

Tiago Loureiro

Após leitura deste artigo, referido aqui pelo José Meireles Graça, acho pertinente deixar algumas perguntas ao futuro deputado Carlos Abreu Amorim, com base em algumas coisas que disse:

 

 

«Portas ambiciona converter-se na charneira de uma solução governativa pois sabe bem que os elementos essenciais do princípio de Peter aplicados à política não lhe permitem deter préstimo bastante para ser a opção principal.»

 

Foi a aplicação do mesmo princípio que levou o Carlos Abreu Amorim a abandonar o aborto político chamado Nova Democracia e transformar a frustração dele recorrente numa oportunidade de chegar longe à custa de um partido maior?

 

«(…) a virulência contumaz dos ataques, obedientemente reeditada pelo CDS em quase todos os círculos eleitorais, teve o condão pouco inocente de engrossar a artilharia socialista que incessantemente dispara sobre Passos Coelho e o PSD.»

 

É impressão minha ou a artilharia socialista tem sido engrossada insistentemente pelas balas que se perdem depois de o PSD insistir em dispara-las em direcção aos próprios pés, uma trás da outra, tendo uma delas o rosto do próprio Carlos Abreu Amorim, improvável candidato em Viana?

 

«No debate de há dois dias, foi visível o desconforto de Paulo Portas quando instado, por duas vezes, a afirmar claramente se está ou não disposto a aliar-se com Sócrates. Primeiro, Portas tergiversou; depois, contrafeito, lá soprou um 'não' sofrido que poderá muito bem metamorfosear-se num feliz 'sim' em nome de qualquer coisa que as circunstâncias do momento venham a aconselhar...»

 

Onde é que esteve o Carlos Abreu Amorim neste último ano e meio, durante o qual o PSD foi metamorfoseando as suas aparentes divergências com o governo em convenientes convergências na hora de votar PEC’s e Orçamentos de Estado, ao mesmo tempo que o CDS se mantive firme na recusa da toleima socialista?

12
Mai11

Pim, pam, pum

Tiago Loureiro

Um excelente artigo do sempre pertinente Camilo Lourenço:

 

«Aqueles que se questionam por que está o PSD a perder terreno para o PS só precisam de olhar para o comportamento do partido. (...)

Aos dois jornais, Catroga, apontado como futuro ministro das Finanças do PSD, defendeu o fim da taxa intermédia do IVA (13%) como uma solução para compensar a baixa da Taxa Social Única. O curioso é que no dia anterior Passos Coelho tinha dito que manteria os três escalões. Foi o suficiente para o PS desencadear mais um dos seus "blitzs" de comunicação, explorando as contradições. (…)

O episódio da taxa intermédia é o espelho do desacerto do PSD, que todos os dias dá tiros nos pés (o episódio de ontem foi um tiro de "bazooka"). E Passos Coelho, em vez de se assumir como um líder com três ou quatro ideias-chave para o País, aparece como o candidato que tem de explicar, no dia seguinte, aquilo que disse no dia anterior (ele ou outros membros do partido).»

 

(ler na íntegra)

10
Mai11

Diferenças claras para uma escolha óbvia

Tiago Loureiro

Ao longo do debate de ontem, José Sócrates usou e abusou de um argumento que vai percorrer toda a sua campanha: entre o PEC 4 e o acordo celebrado com a troika não existem diferenças significativas, facto que revela o oportunismo daqueles que reprovaram o primeiro e que não hesitaram em dar o seu aval ao segundo.

 

Sem querer ir ao pormenor, há dois factos relevantes que tornam estes pacotes de austeridade bastante diferentes na hora de optar por um:

 

- Por um lado, a troika fará implementar em Portugal uma série de medidas com um impacto estrutural significativo no comportamento do estado e dos seus agentes, fazendo correcções duras mas inevitáveis para um país que se quer solvente e soberano;

 

- Por outro, este acordo com a troika arrasta consigo taxas de juros na ordem de metade do valor daqueles a que Portugal se conseguiria financiar com o PEC 4.

 

Portanto, nada mais justo do que dizer que, com a troika, conseguimos a “importação” de um princípio de projecto reformador do estado a… preço de saldo. Continuar na ilusão socialista era continuar a definhar. A diferença é óbvia. A escolha também.

09
Mai11

Nervosismo e descrença

Tiago Loureiro

Esta teoria é pouco mais do que ridícula (ou não viesse de onde vem). Mas, mais do que isso, é a prova do nervoso miudinho que se vive no PSD, perante o medo de ver um governo PS/CDS surgir como resultado das eleições de 5 de Junho. Passando à frente as declarações de Portas que vão desmontando essa possibilidade, não deixa de ser curioso que esta teoria vá fazendo escola dentro do PSD, não fosse este medo o primeiro sinal de que a descrença no PSD se apoderou do próprio partido.

 

No fundo, esse cenário de coligação PS/CDS só se colocaria se o PSD provasse, de uma vez por todas, e à força da recusa popular, ser uma absoluta nódoa da hora de se apresentar como a alternativa que reclama ser a esta tragédia socialista. E, valha a verdade, até os próprios coelhistas mais obstinados já acreditaram nisso com outra convicção.

09
Mai11

Onde estavas, PSD? (2)

Tiago Loureiro

Não basta aos mensageiros do PSD acenarem com o fantasma de um possível entendimento entre PS e CDS para conquistarem votos à direita. Para além de Paulo Portas já ter sugerido várias vezes que não tem essa intenção – mais peremptória e prematuramente que o PSD – os portugueses sabem que o PSD não tem sequer legitimidade para falar no assunto de consciência tranquila. A memória das pessoas não é assim tão curta que não lhes permita lembrar que o PSD apenas decidiu não viabilizou o quarto PEC, no qual assumiu a posição que o CDS já assumia há três PEC’s consecutivos.

08
Mai11

Realidade vs. ilusão

Tiago Loureiro

Um excelente exemplo da retórica ilusionista do PS, num texto que vale a pena ler na íntegra.

 

«Nem é preciso evocar o "sangue, suor e lágrimas" do velho Winston: os estadistas a sério distinguem-se pela franqueza com que anunciam as más notícias. Os estadistas do género do eng. Sócrates distinguem-se pela cara de pau com que anunciam as boas e disfarçam as péssimas.

Na terça-feira, o primeiro-ministro fez-se acompanhar de um vulto inerte e apareceu nas televisões a enumerar as medidas que não entrarão no plano da troika. Curiosamente, tratava-se das exactas medidas que, aqui há tempos, jurou integrarem a "agenda" do FMI caso o PEC IV fosse rejeitado. Em entrevista (à SIC) de 15 de Março, o eng. Sócrates descreveu o impacto imediato da ajuda externa: "Acabar com o 13.º mês, reduzir o salário mínimo, despedimentos na função pública." Em seguida, questionou: "É isto que queremos?" Era nisso que ele queria que acreditássemos. A 3 de Maio, todo contentinho, o eng. Sócrates informou a nação de que não se acabaria com o 13.º mês (nem com o 14.º). A 5 de Maio, os representantes da troika esclareceram que o fim do 13.º mês (ou do 14.º) nunca esteve em causa. Ainda a 5 de Maio, o ministro Silva Pereira perguntou (retoricamente, espero) a jornalistas de onde viera a ideia dos "cortes" no 13.º mês e no salário mínimo, ao que acrescentou: "Certamente não foi do Governo."»

 

Alberto Gonçalves, no DN.

07
Mai11

Os finlandeses, esses mal-agradecidos

Tiago Loureiro

Para além de serem "bota-abaixistas", os finlandeses são um bando de mal agradecidos. Pelo menos, essa é a nova tese que este vídeo quer fazer passar, ao mesmo tempo que usa alguns factos da História de Portugal e outros tantos do parolismo nacional, para exigir à Finlândia uma ajuda que não devem questionar.

 

Mas se a aposta do "Portugalnomics" é fazer birra, envergonhar e exigir à Finlândia a retribuição da solidariedade que lhes prestamos no passado, convém não esquecer algo básico: em 1940, o apoio de Portugal e outros países à Finlândia justificou-se pela sua brava resistência às constantes agressões soviéticas que a deixaram em péssimas condições. Hoje, o apoio da Finlândia e outros países a Portugal, deve-se, tão somente, a uma guerra muito menos digna: aquela que decidimos travar com a inteligência e o bom senso, e que nos levou a passar de um país grande e respeitado a um país mendigo e insolvente, capaz de envergonhar o melhor da própria história.

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