CDS: Governo ou Oposição?
Em abono da verdade devo dizer que estou convencido que daqui a poucas semanas o CDS atingirá um resultado substancialmente superior ao obtido em 2009.
Ainda assim, gosto de ser um observador lúcido e objectivo do fenómeno político e, por isso, julgo que nas próximas eleições o CDS continuará a ser a terceira força política mais votada. Desculpem-me os mais optimistas.
Dito isto, deve o CDS integrar o próximo Governo independentemente dos resultados das eleições? Não!
Tenho como certo que o papel que o CDS (e também os demais partidos) desempenhará na legislatura que se avizinha terá efeitos marcantes na sociedade muito para lá dessa mesma legislatura.
O que deve, então, fazer o CDS perante os vários cenários possíveis a partir de 6 de Junho?
1º Cenário: PSD ganha as eleições sem maioria absoluta.
Neste caso e tendo em consideração o estado lastimável em que o país se encontra (não discuto de quem é a culpa pela simples razão que é indiscutível), não tenho dúvidas que o CDS deverá coligar-se com o PSD e formar um Governo maioritário com a legitimidade e força necessárias para implementar as reformas que há muito são apregoadas e que teimam em não se tornar realidade.
Quanto ao tema “reformas” deixo para outra oportunidade…
2º Cenário: PSD ganha as eleições com maioria absoluta.
Neste caso, mesmo contra a eventual vontade do PSD, o CDS não deve integrar o Governo.
Poderá, quando muito, comprometer-se a celebrar acordos pontuais de incidência parlamentar a propósito de determinados diplomas, designadamente os necessários ao cumprimento das medidas negociadas com a “troika”.
Nessas circunstâncias o mais útil para o país é poder contar com o CDS na oposição firme e construtiva ao Governo.
3º Cenário: PS ganha as eleições com ou sem maioria absoluta.
Não concebo, objectivamente, tal cenário.