Em campanha no Diário Económico III
Sobre o estilo
O estilo do PS é mau, muito mau, quer em campanha quer no Governo. O estilo é este: não existe amanhã e ontem foi uma miragem; é preciso garantir, prometer e sobreviver até dia 5; o que interessa é aguentar de pé sem vacilar e a qualquer preço. Não interessa o que se diz, só interessa como se diz; não interessa o conteúdo, interessa apenas que alguém acredite na palavra de ordem repetida pelo primeiro-ministro nos comícios assistidos por imigrantes. É preciso repetir até à exaustão palavras como estado social, instabilidade política e os monstros da direita. Interessa o retrato para a TV e o estilo do primeiro-ministro, se fica melhor assim ou assado, apenas isso. Se rimar, melhor ainda.
O estilo do PS, por ser mau, por ser agressivo, por estar fundamentado num vazio imenso, por ser apenas estilo, sem conteúdo, plano, ou fundamento, não leva o PS a lado nenhum e não leva voto nenhum ao PS.
O estilo do PS é tropeçar, dar tiros no pé, e fingir que estar a dançar. Só por isso, só pode ser por uma questão de estilo, que o Governo escondeu aos partidos e ao país a versão final do memorando de entendimento aprovada em Bruxelas. Para o Governo esta é uma questão menor, não faz mal nenhum, eram só coisinhas de calendário. Pois, não faz mal, assim como não fez mal esconder ao Presidente da República o PEC IV ou Governar o país como se o país fosse uma secção concelhia do PS. É um estilo.