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Rua Direita

Rua Direita

06
Jun11

Adeus, até à próxima

Francisco Meireles

Gostei muito desta experiência de participar num blog de campanha. Não sei se é possível medir o impacto de um blog deste tipo, mas pelo meu lado fiquei satisfeito por Paulo Portas ter mostrado apreço pelo trabalho que fizemos.

 

Apreciei particularmente a diversidade e multitude de posts que diariamente acompanhavam os desenvolvimentos da campanha e a profundidade de um ou outro sobre assuntos mais sérios, nomeadamente sobre o Manifesto eleitoral do CDS. Quero acreditar que, de algum modo, contribuímos para o CDS ter crescido no contexto difícil em que as eleições se realizaram (tendência para a alternância pronunciada e reforçada pelas sondagens, em lugar da alternativa que, acredito, Portugal precisa e merece - mesmo se as sondagens, desta vez, foram mais favoráveis ao CDS do que os resultados finais).

 

Quero sobretudo assinalar os excelentes companheiros e companheiras de percurso que aqui conheci, pessoalmente ou por escritos, e a correcção dos debates que se foram desenvolvendo. Aqui fica a minha disponibilidade para futuras aventuras, quando forem necessárias. E os parabéns aos que foram eleitos deputados: que Deus os abençoe neste novo desafio e lhes permita continuar a contribuir para o crescimento do CDS e a implantação das nossas ideias.

 

Quanto ao mais, desejo apenas que o CDS possa estar no Governo à altura do que prometeu na oposição e que o Governo seja unido para levar a bom porto as difíceis tarefas que lhe incumbem. Portugal bem precisa.

11
Mai11

O que eu gostava de ver nos debates...

Francisco de Almeida

Passados já três debates, fico com a sensação de que falta qualquer coisa.

 

Passa-se muito tempo a criticar o actual governo e o candidato José Sócrates e muito pouco a falar do que eu considero essencial: as medidas concretas que cada um pretende aplicar, o impacto dessas medidas no país e nos Portugueses, e sobretudo, como é que cada um dos candidatos pretende dinamizar o crescimento da nossa economia.

 

Não se iluda quem acredite que o programa de governo está definido pela Troika. O acordo exprime linhas orientadoras para contenção de custos e aumento de receita do estado. Falta a transformação de muitas dessas linhas orientadoras em medidas concretas, e a capacidade de implementação dessas mesmas medidas. Falta também, a definição clara dos mecanismos que vão sustentar o crescimento económico, que não me parecem estar tão explícitos no acordo.  É nisto que importa avaliar os candidatos a Primeiro Ministro.

 

A crítica ao governo e a José Sócrates é, na minha opinião, uma infeliz manobra de diversão. É obviamente importante avaliar o trabalho feito por este governo, mas, o fraquíssimo trabalho por ele realizado nos últimos 6 anos, e a triste figura do actual PM são tão óbvios que até comentadores internacionais que olhem brevemente para Portugal o constatam com alguma facilidade. Continuar a "bater no ceguinho" vai permitir dar ao "ceguinho" exactamente o que ele quer: Por um lado, a pena do povo alimentando o seu argumento do "coitadinho"; Por outro, desviar a atenção das medidas concretas propostas por cada partido, alimentando o seu segundo argumento, o de que "estão todos a contribuir para uma crise política mas ninguém propõe nada melhor do que eu para nos tirar da actual situação".

 

Eu acredito que não há qualquer tipo de racionalidade em dar um voto que seja ao Sócrates. Quanto mais rápido os partidos assumirem isto e deixarem de lutar activamente contra a ideia de que José Sócrates pode ser reeleito, mais rápido vamos poder assistir a discussões mais construtivas sobre o que de facto é importante para todos nós: como é que pretendem tirar-nos desta "alhada". 

 

10
Mai11

Escolher um primeiro ministro... ou mais do que isso

Francisco Meireles

Apesar de Paulo Portas ter sido claramente o líder político que primeiro afirmou que Portugal precisava de uma solução pós-Sócrates, que é como quem diz com um outro PS, Pedro Passos Coelho decidiu vir tentar reduzir a escolha eleitoral à escolha do Primeiro-ministro.

 

A táctica é conhecida e não traz nada de novo. A não ser, claro está, para os jornalistas e formadores de opinião a quem interessa manter o statu quo. Para esses, subitamente, a questão mais relevante da actual pré-campanha é forçar o CDS a dizer se aceitaria formar uma maioria com o PS de Sócrates, na eventualidade de este ganhar as eleições.

 

Esta estratégia em que os meios de comunicação social se deixam enrodilhar, e que muito interessa aos partidos que se consideram "donos dos votos", consiste em explicar ao País que não tem escolha e que só podem verdadeiramente escolher em quem acreditam mais para Primeiro-ministro: ou num ou noutro. Apesar de esses mesmos meios de comunicação social depois se queixarem que não se discutem propostas... Aliás, sempre me pareceu pueril a forma como os entrevistadores tentam forçar os políticos a dizerem o que não querem, em directo, como se fosse a inteligência das suas perguntas que fosse alterar a realidade! Enfim...

 

Felizmente a grande maioria dos portugueses já terão percebido que tem muito mais escolha do que isso. Pelo menos a escolha de romper com uma tradição que nos trouxe até onde estamos. E isso implica votar diferente do habitual.

 

Por isso mesmo estou convicto que uma grande percentagem irá escolher "nunca mais ter de passar pela vergonha de ter de pedir a intervenção do FMI". E isso só pode significar um grande resultado para o CDS. E para Paulo Portas.

10
Mai11

Disponibilidade para governar com o FMI e a Teoria do Declaratário Normal

António Folhadela Moreira

No nosso direito civil vigora a tese segundo a qual uma declaração (negocial) deve ser entendida segundo a interpretação que dela faria um qualquer declaratário normal. É a chamada Teoria do Declaratário Normal.

 

Ora, cerca de 10 milhões de Portugueses, declaratários normais, pois claro, entenderam que a declaração do PM, de que não estava disponível para governar com o FMI, queria dizer o que efectivamente diz, ou seja, o ainda PM não aceitaria governar Portugal num contexto de ajuda externa monitorizada por credores.

 

Acontece que ficamos ontem a saber que o PM demissionário não entendeu as suas palavras com esse sentido normal.

 

Assim sendo, sobra-me a dúvida, o PM demissionário é um declaratário fora do normal ou é um declarante fora do normal?

10
Mai11

Manobras na casa branca... em directo

Francisco Meireles

José Sócrates é claramente um formidável político, que entende como poucos o poder da televisão. E usa-o despudoradamente para enganar os portugueses que ainda acreditam nele. Foi para esses que falou, eficazmente, ontem no debate com Paulo Portas. Ele sabe que para esses as coisas são verdade se forem repetidas vezes suficientes e com convicção q.b.; sobretudo na TV...

 

Estou convencido que esses portugueses poderão ser no máximo 30% do eleitorado (a acreditar nas sondagens e incluindo já os potenciais eleitores do bloco que acham que Sócrates ainda poderá ser PM).

 

Felizmente, por estas contas, restam pelo menos 70% dos eleitores que já sabem que não podem acreditar no que vai repetindo o primeiro-ministro demissionário.

 

Foi para estes que falou Paulo Portas. E bem. Creio que terá deixado claro que a "convicção" do candidato Sócrates não é suficiente para apagar as responsabilidades do PM Sócrates na situação actual. E isso era o mais importante, na tal perspectiva de que a TV é que determina as "verdades" - quem não viu o filme referido no título que o veja e perceberá tudo com maior clareza.

 

Apenas acho que PP podia encontrar uma fórmula mais clara para dizer o que faria no tal cenário PS+CDS.

Talvez não seja suficiente dizer que não seria coerente entregar os 78 mil milhões a quem trouxe o País até à situação actual.

Talvez fosse possível sublinhar que PS e PSD é que terão a principal responsabilidade de formar governo, se se confirmarem os resultados das sondagens.

Talvez fosse desejável assinalar que se os portugueses quiserem mesmo mudar e derem um resultado excepcional ao CDS, então outro galo cantará.

Talvez pudesse insinuar que se os portugueses o escolherem para Primeiro-ministro, PP esperará que os demais partidos retirem desse resultado as devidas conclusões e se disponham a apoiar ou integrar o seu Governo sem condições prévias.

Talvez devesse lembrar que foi o CDS quem primeiro pediu a Sócrates para sair, quem primeiro propôs um Governo dos três partidos, sem Sócrates, e quem mais claramente denunciou as políticas em que Sócrates continua a acreditar.

Talvez PP pudesse afirmar que Sócrates devia tirar todas as consequências do resultado eleitoral se não sair reforçado; é que a tese de que a culpa é da oposição só ganha se o PS subir eleitoralmente... tudo o mais são cantigas.

 

Ou talvez tenha ficado claro tudo isto.

 

Nós não somos parvos, mesmo se PS e PSD se esforçam por reduzir as nossas escolhas à opção entre Sócrates e Coelho para primeiro-ministro... (voltarei a este assunto).

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