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Rua Direita

Rua Direita

27
Mai11

Sondagens e tal

José Maria Montenegro

Há uma série de lugares comuns do tipo «as sondagens valem o valem» ou «a verdadeira sondagem é a do voto no dia das eleições». É igualmente comum ouvirmos comentários dos líderes políticos sobre a percepção que têm do povo ou «da rua» (como também gostam de dizer). E depois temos as análises sobre as evoluções das sondagens – é a «forte ou ligeira tendência de subida ou descida», a «dinâmica de vitória», e, claro, o apelo do «voto útil».

 

Mesmo dispondo de todos estes lugares comuns – que habilitam qualquer um a construir uma análise plena de cientificidade – recuso-me a esboçar uma análise à verdadeira diarreia de sondagens que nos tem sido servida nesta campanha.

 

Ora, eu tenho a minha própria previsão (que não é um wishful thinking).

 

Sob pena da senhora da limpeza do escritório, do segurança aqui do prédio e do Sr. Francisco da mercearia já não servirem – como sempre serviram – para tomar o pulso ao país, o PS e este Primeiro-Ministro vão perder, o PSD vai ganhar e o CDS vai crescer muito. Margem de erro: N/A.

25
Mai11

As sondagens

José Meireles Graça

Estou farto: Todos os dias saem sondagens que ora dão o PS empatado com o PSD, ora não; ora a diferença entre os dois é assim-assim ora, de repente, é de mais de 3 pontos; ora o PSD+CDS têm mais de 50% ora muito menos. Os jornalistas pôem a sondagem do dia sob o nariz do político em campanha, que, qualquer que seja o partido, diz que não liga a sondagens, se a em questão lhe for desfavorável; ou que não liga a sondagens, mas réu-que-ta-péu se a em questão lhe for favorável. De todas as vezes que li em diagonal a ficha técnica, a amostra era ridícula, o número de não respondentes gigantesco, o de indecisos enorme - mas tinham todos telefone fixo, valha-os Deus. Os especialistas dizem que tudo isto é muito científico, mas eu, protegido pela minha insondável ignorância, digo que esta ciência tem dias bons, maus, o contrário, e o contrário do contrário. Vão-se catar - todos.

24
Mai11

The times they are a-changing!

Ana Rita Bessa

Hoje comemoram-se os 70 anos de Bob Dylan.

 

Por ele, e para nós, aqui fica:

 

 

 

"The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is
Rapidly fadin'.
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'."
24
Mai11

Finalmente, começa a aparecer o bom senso

Francisco Meireles

Nas sondagens, que devem estar a fazer um esforço louco para "corrigir" o efeito de rejeição ao Governo que as sondagens não captam. Na verdade, a percentagem de respostas às sondagens mantém-se muito baixa (a última da intercampus era de apenas 44,4%) havendo mais de 50% dos entrevistados que se recusa a responder.

 

Toda a gente percebe, basta "andar por aí", que nem mesmo os socialistas vão todos votar no PS, por causa da rejeição ao Governo e mais especificamente ao PM.

 

Toda a gente percebe que muita gente não encontra alternativas à esquerda, pelas mais diversas razões.

 

Toda a gente percebe que muita gente ainda não decidiu à direita; ou porque o PSD não convence ou porque o CDS, apesar de convencer, representa um salto muito grande. No entanto, cada vez são mais as pessoas que percebem o slogan do CDS: ESTE É O MOMENTO!

 

O que significa, na minha modesta opinião de não-especialista, que o CDS vai beneficiar de um crescimento natural, orgânico que o fixará no patamar dos dois dígitos; talvez 12, talvez 13%.

 

Mais importante, porém, creio igualmente que o CDS irá beneficiar de muito voto de protesto; protesto contra a actual situação, protesto contra o percurso que nos trouxe até aqui, protesto contra a falta de verdade no percurso recente, protesto contra a falta de mérito de alguma oposição, protesto contra a falta de credibilidade de muitos dirigentes e percursos partidários. Esse voto de protesto, sinto-o, irá dar um resultado histórico ao CDS. E se isso assusta o PSD, não deixa de ser um erro perseguir o voto útil à direita quando à muito voto desiludido ao centro e sobretudo ao centro esquerda. Se os dirigentes do PSD persistirem neste erro, acabarão por impedir a votação massiva na direita (PSD+CDS) que a situação e o discurso negacionista de Sócrates impõe e merece. Mas não conseguirão evitar o resultado histórico do CDS.

 

Quem me avisa meu amigo é. Faço-o agora para que depois não se diga que não o fizemos.

24
Mai11

Sócrates nunca existiu?

Nuno Miguel Guedes

Agora que as sondagens proclamam finalmente o separar das águas (como se pode ver aqui) e pela primeira vez me parecem sensatas quanto ao resultado do CDS, pergunto-me se o debate entre Passos Coelho e Sócrates tenha alguma coisa a ver com isto. Dizem-me que sim: que PPC venceu inequivocamente o debate, que Sócrates terá sido esmagado, que esse método rigoroso dos 659 telefonemas de amostra a seguir ao visionamento davam o primeiro-ministro como morto e enterrado. 

 

Duvido: ou vi outro debate ou Passos Coelho esteve durante demasiado tempo intimidado pelo seu adversário, que usou as costumeiras retóricas de bolso e as emoções televisivas do costume: indignação, perplexidade, como podem fazer isto ao meu país, eu que fiz tudo etc. Passos Coelho teve sem dúvida bons momentos - o mais importante e eficaz aquele em que lembra ao primeiro-ministro que ele irá ser julgado não pelo que vai fazer mas pelo que fez e ainda está a fazer  -  mas aquela declaração final em que se justificava, quase pedindo desculpa foi desastrosa. Enfim, talvez seja só eu. 

 

O que é certo é que começou o peditório para a maioria absoluta. E evidentemente, os ataques ao CDS vão subir de tom, como Sócrates já não existisse. Este tipo de arrogância pré-eleitoral pode custar caro ao PSD. Declarações tontas como esta de Nuno Sarmento  já revelam algum medo e o habitual putativo direito aos votos do eleitorado de centro-direita que o PSD historicamente sempre achou que deveria ter. 

 

Por nós, estamos tranquilos. O CDS cresce e é cada vez mais garante de uma transição rigorosa e fluida para dias melhores. Que o PSD se preocupe com outros adversários, bem mais perto deles. Nós por aqui continuamos a trabalhar. 

17
Mai11

O mais relevante das sondagens actuais é...

Francisco Meireles

O facto de menos de metade das pessoas responderem. Por exemplo aqui no Público (sondagem Intercampus).

 

Se repararem na ficha técnica, apenas 45,6% dos entrevistados responderam; e entre esses mais de 23% não sabem o que responder; e 17,5% dizem que não votam. Sobram cerca de 60% dos tais 45,6% o que dá cerca de 27% de participação efectiva dos entrevistados. Tudo o mais são extrapolações, por mais técnicamente bem elaboradas que sejam. Para não dizer mais nada, concluo apenas que "não admira" o empate técnico, nem muito menos as variações entre 1º e 2º "classificado": basta ser a mãe a responder em vez do pai, ou o irmão em vez da irmã, em três ou quatro lares diferentes (estes valores representam cerca de 100 votos no PSD e no PS; duas ou três "diferenças de opinião" correspondem a variações de 2 ou 3%!!!!!). Já para não falar no CDS, caso a avó tenha ido jantar a casa dos netos, ou o neto a casa da avó...).

 

Obviamente, este tipo de "sondagem" interessa a muitos "técnicos de sondagens"!

 

Que eu não sou. Nem quero ser; mas... também não sou parvo.

16
Mai11

"Todo o mundo quer ir pró céu...

Ana Rita Bessa

 ...mas ninguém quer morrer". É o título de um post no belíssimo "É tudo gente morta".

 

É também o título de uma canção ("do melhor"!) pelos Blitz -"Romance da Universitária Otária" - uma história muito actual e muito transponível para o nosso país.

 

Trata-se então de uma universitária “que não sabia se fazia oceanografia ou veterinária”, se “dava bem em redação” e que “era boa em línguas mas não sabia beijar” …  "Aí um dia, um cara apreceu" e ela, confusa disse: "Ai, Abreu, eu não sei o que eu vou ser. Eis a questão. Ser ou não ser."

 

A universitária fez a sua escolha: "E por sorte ou por azar, Eles não passaram no vestibular. Moram juntos até hoje mas resolveram Não casar pra não complicar."

 

O "nosso" Abreu não é um, mas são três. E a pergunta que essa "troyka" nos coloca, num tempo em que ainda faz sentido colocá-la, é o que queremos ser? Será que vamos chumbar no "vestibular"? Escolher quem não assume os compromissos, "para não complicar"?

 

É que, se queremos chegar ao "céu", alguma coisa teremos que deixar "morrer"...

 

 

 

 

12
Mai11

Sondagens

Diogo Duarte Campos

Como já disse lá em baixo, tenho a íntima convicção (partilhada com o Francisco), que o PS não só não ganhará estas eleições, como terá um dos piores resultados da sua história – porventura um pouco acima ao de Manuel Alegre nas Presidenciais (ou seja, à roda dos 20%).  

 

Não poderia deixar de ser assim. The economic consequences of Mr. José Sócrates, são desastrosas: o povo não só votará de bolsos vazios como avisava Paulo Portas, como sabe que durante os próximos 10  já terá perdido a paciência para golpes de teatro, vozes delico-doces ou outros delírios comunicacionais. Hoje quer-se autenticidade e isso José Sócrates não é capaz.

 

Porém, mais importante que convicções íntimas de leigos que valem o que valem, são as conclusões dos especialistas, a saber:

 

(i)   O PS terá deixado de subir nas sondagens;

(ii)   A descida do PSD de Abril para a primeira metade de Maio vê-se algo mitigada, mas continua a aparecer nos dados.

(iii)  Confirma-se subida do CDS.

 

Ou seja, em termos claro: o PS já convenceu todos os que tinha a convencer tendo atingido o seu limite, o PSD deixou de perder votos, o CDS está em crescimento.

12
Mai11

O Efeito Perverso das Sondagens

António Folhadela Moreira

É sabido que as sondagens têm, ou podem ter, um efeito perverso que às vezes é em si mesmo imprevisível.

 

Recordo-me de umas eleições autárquicas no Porto em que o vencedor apenas ganhou porque os apoiantes do candidato perdedor (hoje, um ilustre e principescamente remunerado administrador não executivo da Galp) relaxaram de tal forma com as previsões de vitória retumbante que as sondagens anunciavam que acabaram por não ir votar. E foi uma "maçada", porque o voto numa sondagem é uma coisa e o voto nas urnas é o que conta e assim ganhou o "under dog".

 

Mas nunca como nestas eleições este efeito me pareceu tão relevante nesta fase. Aliás, julgo partilhar esta impressão com Paulo Portas, pois é nesse sentido que interpreto as suas afirmações no que respeita à sondagem que na semana passada dava o PS a aproximar-se do PSD até ao empate técnico. Disse então Paulo Portas que essa sondagem servia justamente os interesses do PS e PSD e eu concordo.

 

Mas há algo de gambling neste aproveitamento que PS e PSD tiram das sondagens. Um joga no factor medo do PS manter o poder, outro joga no factor medo da "direita" (por "direita" leia-se PSD) chegar ao poder, ambos disputam o mais estúpido dos votos que é o voto útil.

 

O CDS, desta vez mais do que noutras, também entra nas contas. Provavelmente, nestas eleições, o CDS irá buscar votos ao eleitorado que vota normalmente no PSD e, ou muito me engano, no próprio PS (evidentemente que em menor medida). Ora, são estes eleitores que poderão dar ao CDS um resultado como há mais de 30 anos não se vê, mas por outro lado estes eleitores são os mais atreitos a no momento da decisão desviar o voto para o seu partido de sempre.

 

Quero com isto dizer o seguinte, o CDS para ter o resultado que tem potencial para conseguir (na minha "sondagem privada" qualquer coisa entre os 14% e os 16%) não pode relaxar, em especial por causa do risco de voto útil que as sondagens que a toda a hora saltam para a comunicação social potenciam. Para o CDS a hora é de trabalho e trabalho a sério.

 

Por outro lado, como elemento estabilizador das coisas temos o facto dos líderes dos três maiores partidos continuarem iguais a sí próprios e nessa medida dão alguma previsibilidade à evolução do cenário:

   José Sócrates continua pouco fiel aos factos, coisa que já irrita demais demasiada gente. Mas não tenhamos ilusões, ele continua eficaz no seu estilo de "guerrilha urbana".

   Passos Coelho continua errático e quando fala em vez de ouvidos atentos tem, da parte dos seus apoiantes, mãos na cabeça. Mas só perderá verdadeiramente a chance no momento em que os eleitores deixem de ver nele diferenças significativas com José Sócrates.

   Paulo Portas continua razoável e coerente no discurso (muitíssimo bem preparado, diga-se), com a eficácia de forma que até os detractores lhe reconhecem.

 

Concluindo, para o CDS não ser apanhado no efeito perverso das sondagens tem um antídoto - trabalhar, trabalhar e trabalhar.

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