Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Rua Direita

Rua Direita

07
Jun11

Missão cumprida

Zélia Pinheiro

A missão do Rua Direita 2011 foi cumprida. Agora seguem-se outros caminhos. Pela minha parte, obrigada a todos, que fui conhecendo, comentando ou apenas lendo, sempre a aprender algo de novo. Um especial agradecimento é devido à Inês, que me convidou, e ao Tomás e ao Adolfo, que tão bem orientaram os trabalhos. Este foi um espaço em que a riqueza e o pluralismo das ideias conviveram com o empenhamento num projecto comum, e a experiência, para mim, foi muitissimo enriquecedora.

Como, no fundo ou menos no fundo, somos todos conservadores, deixo aqui um Nat King Cole de sempre: Straighten Up and Fly Right.

 

03
Jun11

Anti-stress

Zélia Pinheiro

Gostava de fazer uma declaração de voto mais bem feita, como muitas que já li por aqui.
Podia falar dos vários pontos do Manifesto do CDS em que me reconheço.
Podia falar do carisma de uma liderança que se tem sabido afirmar ao longo dos anos e que reuniu uma equipa cheia de sangue novo que refresca a política nacional como há muito não se via.
Podia falar de muitas coisas, mas vou ficar por uma frase feliz desta campanha:
"Não há stress, voto CDS".

01
Jun11

Pequeno glossário de português socrático*

Zélia Pinheiro

Pequena redução da taxa social única = redução significativa da taxa social unica

Não estou disponível = expressão idiomática que significa precisamente o contrário do seu sentido em português comum (ex: "Não estou disponível para governar com o FMI" - se tiver que ser para não largar o poder, estou inteiramente disponível para governar com o FMI)
Alteração de metodologia do INE = revisão em alta do défice ou revisão em alta da taxa de desemprego
Protecção da economia, defesa da economia = aumento da despesa pública
Crise das dívidas soberanas = descontrolo orçamental
Boa execução orçamental - aumento dos impostos e/ou redução dos salários

Boa execução orçamental no primeiro trimestre = adiamento dos pagamentos para Abril

Amigos para a vida - expressão idiomática que significa exactamente o contrário do seu sentido em português comum (ex: "Sou amigo para vida do Dr. Teixeira dos Santos" - nunca mais quero ver o Dr. Teixeira dos Santos na vida, não o convidei para integrar as listas de deputados  e só me interessa como como bode expiatório)
Vou criar 150.000 empregos - vou criar 150.000 institutos públicos, empresas públicas e fundações públicas

 

 

* Sugestões para novas entradas neste glossário podem ser enviadas para ruadireitablog@gmail.com.

 

01
Jun11

Reféns

Zélia Pinheiro

A nossa bancarrota é o resultado de um somatório de políticas erradas, já o sabemos.

Entre elas está aquilo a que se pode chamar uma gestão danosa do sector empresarial do Estado. Em particular no sector dos transportes, em que a dimensão das empresas e a essencialidade dos serviços prestados potenciam um peso acrescido dos sindicatos, essas políticas traduziram-se numa espiral de cedências a reivindicações corporativas - de acréscimos salariais, subsídios, regalias e  excepções da mais variada ordem -, sem nunca aparentemente se ter pensado que um dia talvez se batesse no fundo.

Interessava a todos, pois os gestores também iam construindo o seu regime de excepção muito próprio, feito de remunerações desproporcionadas e ausência de efectivo controlo dos resultados da gestão. E os políticos "accionistas" eram os últimos interessados em impedir esta escalada, que lhes prometia reformas douradas num mundo empresarial perfeito, em que os lucros não eram contrapartida do risco.  

Agora que batemos mesmo no fundo com estrondo, lemos aqui e ali coisas como esta: o sindicato dos tripulantes da TAP está disposto a empreender uma greve total de 10 dias que causará 50 milhões de prejuízo à empresa, em resposta ao anuncio da medida de redução de um elemento por voo. A medida faz parte do cumprimento do acordo com o FMI, que impõe uma redução de 15% nos custos do  sector empresarial do Estado.

E percebemos que provavelmente estamos reféns do monstro insaciável e tentacular que criámos.

29
Mai11

A Economia no bolso

Zélia Pinheiro

Este post do José Meireles Graça faz-me pensar que os políticos de Esquerda, no fundo, abominam a Economia. A Economia dá jeito para colonizar a sociedade e até para os mais afoitos brincarem aos empresários com o dinheiro dos outros, mas é uma grande chatice quando de repente - helas - se descobre que tem vida própria e escapa ao seu mundo em que o Estado tudo devia conseguir dominar.

27
Mai11

Electricidade, águas e televisão

Zélia Pinheiro

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou hoje nos Açores que o seu partido não tem uma «fúria privatizadora», admitindo que há serviços públicos que são indispensáveis, como a electricidade, a água ou a televisão.
Para o líder popular, existem áreas «muito relevantes», como a electricidade ou a água, que não devem ser privatizadas, afastando também uma eventual privatização da RTP, apesar de considerar que a empresa «pode ser melhor gerida».


Em matéria de privatizações, o Manifesto do CDS, em confronto com o Programa do PSD, fica claramente aquém do que se podia esperar do partido mais à direita no espectro político português.
Certo ou errado?
Genericamente, acho muito bem que não se entre em "fúrias privatizadoras" e se o programa do PSD for entendido como uma espécie de Verão quente de 1975 ao contrário, parece-me um disparate. Portugal precisa de muito menos Estado, mas isso não se pode nem deve fazer de um dia para o outro, pelo que a posição de prudência do CDS faz todo o sentido.
Em concreto, concordo e aplaudo a recusa do CDS em privatizar as águas.
Quanto à electricidade, importa ter presente que esse serviço já está privatizado em Portugal, apenas com uma golden share do Estado. Do que falamos quando falamos sobre a privatização da electricidade?
Já discordo em absoluto que a RTP seja misturada neste "pacote". As redes de água e electricidade são monopólios naturais, e são as falhas de mercado daí decorrentes que obrigam a uma forte intervenção pública. Nada disto se passa com a televisão. A "defesa da língua portuguesa" não exige a manutenção da RTP tal como ela é, o conglomerado televisivo público é em si mesmo um problema e não me parece que isso se resolva apenas com melhor gestão.
A menos que se admita um conceito muito lato de gestão. Aí, talvez.

25
Mai11

Do arrendamento "jovem"

Zélia Pinheiro

Eis uma proposta que pode até ser bem intencionada. O problema é que de boas intenções, como sabemos, está o inferno cheio.


Na generalidade, a questão da oferta de habitação deve, na minha opinião, ser regulada a partir da lei de solos. Esta lei, que ainda data dos anos 70,  está presentemente a ser revista no quadro do Ministério do Ambiente e importa que o projecto seja retomado pelo próximo governo.

 

Simultaneamente, a dinamização do arrendamento "jovem" não deve ser uma medida avulsa, mas antes ser integrada na revisão da legislação do arrendamento, medida de âmbito mais vasto que consta do acordo com o FMI.

 

Na especialidade, e para responder ao Diogo, quanto aos preços controlados: cheira a socialismo, sim, mas há que ter presente que os preços de venda dos imóveis em Portugal, actualmente, integram muitas vezes uma margem de lucro desproporcionada que é apenas uma renda especulativa. A especulação imobiliária é uma prática contrária ao interesse público. Daí que possa fazer sentido que o Estado só apoie os proprietários que reabilitem imóveis em contrapartida de esses imóveis serem colocados no mercado por um preço razoável e não especulativo.

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Contacto

ruadireitablog [at] gmail.com

Arquivo

  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D